Já devo ter copiado esse texto para colar no blog pelo menos umas 5 vezes, sempre volto atrás e deleto. Confesso ter um pouco de receio em postar alguns escritos do meu arquivo particular. Mas quer saber, esse texto fala justamente sobre isso e creio que posta-lo aqui já é um grande passo.
Das coisas que não aprendi nos discos, nem nos livros, nem em
lugar algum.
Quando jovem, o amor não é fácil, pelo menos para mim, nunca
foi. O colegial que parece tão mágico nas lembranças, não era tão divertido
assim, lá é que brotaram os primeiros frutos, as primeiras experiências que
hoje praticamente esquecemos, mas que na época vivemos, sentimos. Tudo sempre
tão novo, tão incerto, tão ingênuo, coisas que eram para ser vistas, não eram.
A grande dificuldade sobre qualquer coisa, sempre foi a de aprender sozinho, talvez
o medo, a timidez, a falta de confiança ou a simples dureza masculina em falar
de assuntos do coração. Sobrevivi, pouco a pouco, disfarçando os sentimentos,
trocando de assunto e fazendo de conta que não se importava, que estava tudo
certo, o tempo todo. Funcionou bem, me machuquei pouco, pelo menos é o que
sempre pensei.
Contudo, tenho a impressão de que os machucados que foram
substituídos por aranhões, deixaram uma cicatriz ainda maior. Acho que aprendi a
esconder meus sentimentos de maneira tão eficaz, que hoje quando paro e olho,
percebo que o inverso ocorre, o que antes protegia agora impede, impede de
falar o que tem que ser dito, o que a natureza exige para que algo aconteça, a mínima
gota de água que dá vida a semente. Do contrario a semente sempre será uma
semente e como todas as outras que foram a terra e não ganharam irrigação, há
de secarem, serem esquecidas, substituídas, em um constante ciclo vicioso de
solidão.
tão doce Gabriel,
ResponderExcluirquem sou para falar, mas, penso que a semente deve voltar a ser regada, por mais parasitas que possam crescer a seu redor, ou ainda, que o fruto não brote.
O coração há de ser sempre fértil, basta esperar pela estação certa.
;)
Querida!
ResponderExcluirTomara que estejas certa :) e que troque logo de estação, inverno é bom para assistir filmes, não para levar no peito.
Bjo! adorei o comentário, me fez bem :)