Essa semana estive refletindo sobre alguns pontos super importantes para os artistas contemporâneos: a interatividade! Falemos sobre musica, anos atras (10 mais ou menos) quando encontrávamos algum “novo som” (atividade peculiar dos indies) tínhamos a insaciável missão de angariar o máximo possível de informações sobre o mesmo, atividade muito difícil, mesmo em tempos de web-home.
Hoje fico surpreso com o empenho dessa função, graças a web 2.0, que em sua melhor definição significa uma web feita por varias mãos. Em tempos de bandas largas e mentes estreitas, em um emaranhado de informações inúteis disponíveis ao bel-prazer, destaque-se a facilidade da manipulação dessas ferramentas antes só dominadas por programadores, geeks e assíduos nerds, e que agora podem ser efetuadas por qualquer um, incluindo nisso os próprios artistas. Essa facilidade faz com que jovens artistas possam fazer sua própria publicidade com muito pouco investimento, como é o caso da cantora Mallu Magalhães, com pouco tempo dedicado, pude afastar-me um pouco dos (pré)conceitos impostos pela maioria e avaliar realmente o som da cantora, compositora e instrumentista que começou sua carreira graças a 4 demos gravadas com baixo orçamento (como quase todas as bandas aspirantes) e que graças a sua própria divulgação na internet alcançou os ouvidos de jornalista e críticos que apostaram em seu talento. Com a facilidade do acesso a sua informação pude ver (por exemplo) belas interpretações da garotinha de 15 anos com musicas como “Folsom Prision Blues” do Johnny Cash e “It Ain´t Me” do Bob Dylan (algo que me impressionou bastante), fuçando um pouco mais, logo achei seu site, blog e canal no youtube, com muito material sobre seu novo disco (o segundo), que conta com um clip muito bem produzido para a musica "Shine Yellow" fiquei impressionado com a evolução do trabalho de menina (uma vez que o primeiro álbum ficou muito ruim). É claro, temos de lembrar que quem ajudou na produção do disco foi seu namorado Marcelo Camelo (ex-Los Hermanos), cujo qual dispensa apresentações. Mas enfim, sei que vou cultivar algumas desavenças com este comentário, mas arrisco a dizer que a garota (agora não mais garotinha) que montou sua própria capa do álbum com alguns recortes e colagens de muito bom gosto e que toca uma quantidade louvável de instrumentos, chegou neste último trabalho a um nível muito próximo de grandes interpretes e compositores da MPB. É impossível ouvir este álbum e não sentir uma pegada muito próxima de Fernanda Takai, Los Hermanos, Little Joy e alguns ótimos blues do Johnny Cash.
Para quem se interessar, deixo abaixo o link de download do album :)
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Eu sempre gostei do som da Mallu Magalhães. Conheço gente que quer me chutar quando digo isso. Claro que a guria é uma tosca. Mas isso é típico da idade. A maioria não sabe lidar com sucesso repentino aos 16 anos. Mas é inegável que a guria tem talento. Peitar um meio musical regado a Sertanejo e Pagode como no Brasil, e mostrar que uma coisa mais "alternativa" tb tem público não é pra qualquer um. Ela tinha pouco preparo de voz no começo. Desafinava bastante e tinha uma voz até meio infantil. Mas ouvi algumas coisas do novo disco e vi q ela tá com uma coisa mais adulta, preocupada com o arranjo todo e não só em cantar bonitinho em inglês.
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