Semanas atrás estive em um momento de reflexão com um velho amigo, acho interessante nossas conversas pois sempre rendem boas discussões, enfim, vivenciando um pouco da loucura do nosso povo e principalmente com a final do ultimo campeonato de esporte de contato mais famoso do mundo, o mesmo, fez questão de escrever um texto para que eu postasse aqui!
pois bem, aí está:
"O curioso fato da união de seres humanos em prol de um objetivo único é, no mínimo, louvável. Em um país conturbado pela violência, assolado por mazelas causadas pela corrupção e imprudência dos governantes, o brasileiro, sujeito simples, porém rico em potencial de ser iludido, possui a capacidade de se juntar (em bandos) a outros de seus similares e formar uma grande massa em torno de um objetivo em comum: o futebol.
Na antiga Roma, atual Itália, o primeiro imperador proclamado como Augusto (neste caso o nome Augusto era usado como referência ao sujeito vindo dos céus) implantou a famosa política do “pão e circo”. Esta metodologia, funcional, fazia com que a visão da população se tornasse mais bela, deixando em plano secundário os problemas sociais que estes enfrentavam. Afinal de contas a proposta era muito boa! Se estamos estressados o governo da showzinho, se estamos com fome ele providencia os pãezinhos.
Puxando este modelo, mas apenas trocando os nomes, o atual brasileiro, o mesmo sujeito simples, porém rico em potencial de ser iludido, vive condições em que uma comparação lhe cairia bem. Ao invés de serem circos com gladiadores, temos o Maracanã com seus ídolos no campo. Ao invés de serem pãezinhos, temos bolsa família, onde o número de filhos é diretamente proporcional ao valor pago pelo programa governamental, isto é, fazer filhos hoje é também uma forma de gerar renda.
Todavia, o que chama a atenção é o fato de no último campeonato brasileiro, multidões se juntaram como se estivessem em tempos remotos. Comportamentos similares aos dos sujeitos da antiga Roma foram apresentados, dentre os quais a união em prol de um objetivo único foi o de maior destaque. Interessante ressaltar que neste momento o brasileiro pode vivenciar o que é de fato uma nação unida. Que ridículo! Explico os motivos.
Os meios de comunicação enfatizam problemas políticos-sociais, onde o brasileiro não é capaz de mover um membro se quer para protestar, no entanto quanto munido do estandarte do seu time favorito, sai as ruas gritando como um animal selvagem que acaba de arrancar com os dentes a cabeça de seu adversário. Na realidade estes ainda são animais, mas são animais descarados, que após alguns dias de festa eles voltam a mendigar por ações paliativas-assistencialistas do governo ou, ainda pior, parte para a iniciativa privada, sendo que outros brasileiros, possivelmente mais grotescos ainda, alimentam esse comportamento de rastejar.
A principal questão que fica é: Por que? Por que não existem grupos de brasileiros que lutam pelos seus direitos? Por que não existem grupos de brasileiros que saem as ruas gritando, berrando como animais, mas exigindo honestidade, comprometimento e seriedade dos governantes? A resposta está na cara, sempre esteve: alienação... palavra que alguns podem não entender, mas este fato é compreensível, esta palavra não foi feita para ser entendida." (por Roberto Haveroth)
Deixo aqui minha concordância com boa parte das palavras do amigo e digo novamente, em minhas palavras proféticas e talvez poéticas... quando a humanidade der o salto quântico da evolução, com toda certeza o futebol não mais existirá, é um esporte que não une e sim divide.
Apavorei...
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