Nosso Inverno, feed-back.

No último fim de semana estive em Blumenau prestigiando o festival cultural Nosso Inverno, uma iniciativa dos artistas da cidade de Blumenau em represaria aos cortes nos orçamentos públicos voltados a arte bem como a falta de incentivo pelos mesmos. Foram 24 horas de arte, das 16h30 de sábado até as 16h30 de domingo. Na abertura do evento uma encenação representada por vários artistas de grupos distintos deixou bem claro o intuito do mesmo, um julgamento onde o acusado era a arte blumenauense, que foi finalizado com singular delicadeza ao dizerem “devolvam nossos braços” (durante toda a noite várias pessoas deixaram seu braço por dentro da camisa, dando um nó na manga do casaco, em sinal de protesto).


Daí para frente foi só alegria e várias apresentações musicais (destaque para os shows de Pochyua e Cambaçú e da Trupe Sonora Casa de Orates) várias peças de teatro (destaque para as peças Volúpia e Navalha na Carne) várias intervenções, várias exposição fotográficas e de artes plásticas.



No hall de entrada, músicos se alternavam nos mais diferentes estilos numa miscigenação de “tribos” – metaleiros, rocabilis, indies, rappers, bossas, alternativos, undergrounds – (destaque para Travesseiro Polar e Daian Schmitt e Os Comparsas do Rock), ao final de todas as apresentações sempre ficava um depoimento pessoal e um reforço ao objetivo do evento.


E assim foi noite adentro, entre papos e lanches (sempre regados a um drink) e com muita força de vontade para conseguir ficar acordado até o fim, nesse meio tempo alguns iam sentando no chão, dando uma deitada nos corredores, alguns até arriscavam tirar uma pestana no meio daquela barulheira toda. Confesso que eu e meus amigos tentamos, mas infelizmente não conseguimos ficar acordado às 24 horas hahaha (e olha que nem energético resolveu), sempre que batia aquele sono, empolgávamos por mais alguns minutos ao esperar pela próxima apresentação, mas às 7 horas da manhã abandonei a empreitada e vim direto para casa, perdendo assim várias apresentações que rolaram no domingo.


Mas enfim, valeu muito a pena e com toda certeza o movimento alcançou parte do seu objetivo, pois a repercussão na imprensa foi muito positiva, resta agora esperar se os órgãos públicos vão novamente voltar os olhos aos artistas blumenauenses.

Uma idéia interessante não!? Por que será que eu tenho a nítida certeza de que isto nunca daria certo aqui em Rio do Sul? (ahh claro... o detalhe é que ao contrário de Blumenau, aqui o que está acima de tudo não é a arte e sim o ego dos próprios artistas). Uma idéia a ser trabalhada.