DEVANEIOS DE UM IMAGINATIVO

Estive eu, nas minhas longas e atordoadas batalhas bancárias, mais uma vez a espera do atendimento nas incessáveis filas. Como sempre munido do meu poder mutante secreto de analisar as pessoas ao redor, pego-me surpreso por alguns minutos ao ver uma senhora de afeição muito sofrida, cabelos já meio grisalhos, encaracolados e bem bagunçados (bem ao estilo Jacksons Five), olho de longe e fico intrigado com o que percebo, ao meu ver parece que ela estava usando um “chinezinho” nos pés, fico intrigado e eufórico ao mesmo tempo, euforia esta que aumenta quando ela se aproxima e senta exatamente ao meu lado. Comprovado, realmente era um “chinezinho”, penso em imediato: “vou fazer uma oferta pra ela”, afinal faz muito tempo que estou à procura de um igual. Na mesma hora o botão flash-back é acionado e lembro-me de momentos eternos da infância, quando o bom e velho quebra canelas na quadra de cimento do colégio era brindado com grandes gargalhadas ao se contabilizar mais um chinezinho que perdia a sola com uma bicuda aplicada na bola.

Pois bem fiquei eu lá com minhas viagens astrais ao contratempo em que sou chamado pelo atendimento e saio do meu assento sem ter tido coragem de fazer o lance à senhora.


No fim... continuo a procura do mesmo, se alguém souber onde comprar, por favor me avise.